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Puro spam

Salve o são bernardo

São bernardo

Esse é mais um dos muitos abaixo-assinados a percorrer a Internet. A mensagem pede assinaturas e a causa é a salvação do são bernardo. Não o santo, porque este já está são e salvo no céu dos justos desde o século XII, mas o cão da raça são bernardo.

A mensagem teve origem na Nova Zelândia e, segundo ela, os cães dessa raça estariam sendo enviados para a "...Ásia, China, Filipinas etc ..." (principalmente o etc., eu suponho :) e lá eles são comidos pelo homem.

Comer cães é uma tradição gastronômica em alguns países da Ásia. Aos coreanos, atribuem o ditado: "se um cachorro latir à noite, amanhã ele vira yakimondo." Yakimondo é um prato à base de cachorro. Ou de carne de cão, como preferir.

E a mensagem, para onde ela deve ser encaminhada? Se você respondeu ONU, então acertou em cheio. É isso aí: para a ONU.

Ora, a ONU – a Organização das Nações Unidas não teria ações humanitárias bem mais importantes para a raça humana, é óbvio, do que se preocupar com os cães da raça são bernardo?

Sem dúvida.

De qualquer forma, esse abaixo-assinado, assim como qualquer outro abaixo-assinado distribuido através de mensagens é absolutamente inócuo e inconsequente. Em primeiro lugar, não há como averiguar nem confirmar a existência real das pessoas que assinam o pedido de misericórdia. Qualquer pessoa pode acrescentar dez, vinte ou setenta nomes e mandar a mensagem pra frente.

Em segundo lugar a entidade a quem a mensagem seria encaminhada, a ONU, tem uma posição definida quanto a outro abaixo-assinado, o Abaixo-assinado pela paz mundial. Por que motivo ela iria deixar de lado uma esperada preocupação com a vida de seres humanos e iria passar a se preocupar com animais?

No sítio da ONU - Organização das Nações Unidas ela expressa o ponto de vista sobre o abaixo-assinado pela paz:

Therefore, if individuals really want their voices heard by these decision-makers, they should contact their governments and mission to the UN to express concerns and views. (We would discourage mass correspondence through emails though!).

Em agosto de 2002, o URL http://www.unicwash.org/ index.htm não mais continha esse texto. (Os comentários da ONU sobre esses abaixo-assinados de vez em quando aparecem e desaparecem, assim como os próprios abaixo-assinados. Em janeiro de 2003, os comentários encontravam-se em Note to Web Site Visitors. Pode ser que, neste momento, eles ainda estejam por lá. Pode ser que tenham sido novamente removidos.)

Traduzindo em poucas palavras: envie o seu pedido ao governo do seu país. Evite o spam.

Não fossem bastantes os motivos acima indicados pra mandar a mensagem pro lixo ...

Tentar impedir o abate de cachorro pra comer ou impedir a matança de pessoas, crianças, de gente que nem a gente, qualquer que seja a cor da pele, a profissão de fé ou fé nenhuma: qual a prioridade, em qual das ações seria mais recomendável investir recursos?

Intolerância e cultura

Preferências gastronômicas são traços culturais de um país ou de uma comunidade. Comer carne de cachorro é, para os ocidentais, algo inaceitável. Para alguns orientais, cachorro é bom de se comer. Ambos, orientais e ocidentais, estão certos.

Essa questão de servir animal como alimento é bem, digamos, interessante. Eu nunca visitei um local de abate de animais. Já vi, ou melhor, quase vi, pois saí antes que se consumasse o ato, o abate de um carneiro depois convertido numa deliciosa buchada. A morte de uma animal grande não é coisa boa de se ver, muito embora se aceite sem maiores traumas um suculento filé ou um pernil bem assado.

Já o abate de um animal de menor porte é coisa tida como menos traumática.

Quando eu era pequeno, acompanhei todo o procedimento de conversão de um espécime de galináceo numa galinha guisada. Desde a fase de recrutamento (joga o milho e grita "ti-ti-ti"), à fase de seleção ("aquela vermelha é mais gorda"), a captura (um tanto divertida devido aos ziguezagues que a galinha faz e aos ziguezagues que o perseguidor também é obrigado a fazer), o depenar do pescoço, o sangramento e tudo o mais até ela ser posta na panela. Hoje, eu não enfrentaria a mesma odisséia, mas aprecio um galináceo bem preparado e já posto à mesa.

Uma coisa é ver um animal morto e temperado sobre uma travessa e outra coisa é assistir a morte desse animal, a sua agonia.

Algumas pessoas se recusam a comer carne, toda e qualquer carne, apenas por imaginar o quanto o animal sofreu para ser convertido em alimento. Em minha opinião, essas pessoas estão certas. Quem aceita e aprecia um filé mal passado também está certo.

Tratar desse tema, traços culturais e preferências gastronômicas, de forma emocional e eivada de preconceito não é, certamente, o caminho correto.

Imagine uma comunidade ou um país não aceitar, por exemplo, o abate de um mamífero da ordem dos artiodáctilos popularmente conhecido como porco, ou melhor, como porquinho, pois os habitantes desse país o têm como animal de estimação. Ele é considerado um animal inteligente, fiel, amável, sabe jogar bola, vai buscar jornal, demonstra alegria balançando a minúscula cauda retorcida quando o dono dele chega em casa, enfim, nessa comunidade há um ditado que diz: o artiodáctilo é o melhor amigo do homem.

O presidente dessa comunidade, na verdade um poderoso país, beija e é beijado na boca por um adorável artiodáctilo preto. Os jornais estampam fotos coloridas na primeira página e as emissoras de TV do mundo todo, especialmente das colônias, mostram, no horário nobre, esse supremo ato de bondade e de carinho do porquinho preto: o beijo.

É um país poderoso. Detém o monopólio do petróleo, dos meios de comunicação, possui entidades poderosas de proteção dos artiodáctilos. Deputados e senadores recebem generosas contribuições dessas entidades para as respectivas campanhas eleitorais, desde que eles defendam os artiodáctilos e os interesses das associações de proteção dos artiodáctilos, as APA, disseminadas por todo o país.

Suponha que as APA dessa comunidade se armem de argumentos e tente proibir, no mundo todo, a criação e o abate de artiodáctilos, quer dizer de porcos, para o consumo humano.

Essa comunidade é contra o abate e o consumo de carne desse animal porque na cultura de lá, na forma de eles verem esses animais não existe lugar na mente deles, dos habitantes, para considerar os artiodáctilos, os porquinhos, alimento humano. Artiodáctilos são, segundo eles, animais que se encontram no limite da evolução para a condição de homo sapiens, apenas um pouco abaixo, mas bem acima dos que discordam desse ponto de vista lá deles.

(A propósito: veja Morre porco que dormia com George Clooney. )

Então, de um lado um país poderoso e do outro lado países caudatários, colônias e possessões cujos habitantes tendem a se espelhar e a imitar as atitudes, os comportamentos e os preconceitos do colonizador. Vêem essas coisas, que acham bonitas e elegantes, todos os dias nos filmes dos cinemas e das emissoras de TV.

E mais.

Como nação poderosa, ela se acha no direito de impor e de fazer valer a sua cultura, o seu modo de pensar, o ponto de vista de suas APA e esse ponto de vista é o certo, o único aceitável e o que deve ser imposto às colônias e ao resto da humanidade. Do nascente ao poente. Pluralidade, múltiplas culturas são palavrões, são coisas de subversivos. (Essa palavra eles viram num país do hemisfério Sul e adotaram para esses casos. ;)

Fica fácil: é juntar a fome com a vontade de comer.

A crueldade pode ser vista no abate de qualquer animal. Matar um animal para que ele venha a alimentar um ser humano pode ser visto como um ato de crueldade?

Se esse for o motivo prevalecente, então todo o abate de animais para alimentação do homem, não só do são bernardo como também de todos os outros animais como o pato branco, a galinha pedrês, o boi malhado, vacas e porcos deveria ser proibido.

E os peixes, por que os peixes seriam poupados? Peixe não é um animal? Ou ele só merece consideração e comiseração se for vermelhinho e viver num aquário iluminado?

Há mais uma questão: o ser humano necessita de proteína animal para a sua sobrevivência? Uns dizem que sim, outros dizem que não.

Num caso como esse, não aceitar um modo diferente de ver as coisas, considerar errada e passível de punição uma opinião diferente, tentar fazer prevalecer o seu ponto de vista e a sua cultura é intolerância. Esse filme é velho.

Há vários milênios que muitos tipos de animais são criados pelo homem, em cativeiro ou não, para atender o ser humano em suas necessidades de proteína animal. Dois grandes grupos, de grande importância econômica aí aparecem: os galináceos e os ruminantes como o boi, o carneiro e o bode.

Por que os Canis familiaris L teriam privilégios especiais e não poderiam aparecer em belas e suculentas refeições?

Pra finalizar: uma coisa os orientais e os ocidentais temos em comum, ambos apreciamos cães. Cada um à sua maneira.

 

Animais de estimação: alguns radicalizam (:


Veja também:

Mensagens com abaixo-assinados: ineficazes, inócuas e inconseqüentes.

Declaración Universal de los Derechos del Animal

 

Os leitores comentam.

Texto da mensagem.

ABAIXO ASSINADO PARA QUE SE ACABE COM A EXPORTAÇÃO DE CÃES DA RAÇA SÃO BERNARDO COMO FONTE DE ALIMENTO

Os cachorros são bernardo estão sendo exportados para Asia - China, Filipinas etc) como carne de mesa. Alguns desses cachorros são antes torturados para que sua taxa de adrenalina suba, pois acredita-se que isso faz com que a carne fique mais tenra. Depois são depelados vivos. Esses animais estão sendo mortos pq sua carne é considerada afrodisíaca. Essa prática é totalmente abominável e precisa parar agora! Por favor, assine este abaixo-assinado que será enviado às Nações Unidas, pedindo que eles intervenham. Nova Zelândia conseguiu parar com a experiência nos grandes macacos - nós tb podemos, como uma nação mundial, fazer o mesmo pelos nossos animais de estimação. Obrigado.

PETIÇÃO PARA ACABAR COM A EXPORTAÇÃO DE CÃES DA RAÇA SÃO BERNARDO PARA ÁSIA COMO ALIMENTO

Nós, os abaixo-assinados, solicitamos que as Nações Unidas intervenham a favor da população mundial para que acabe com o odioso tratamento dado a todos os cães e com a exportação/ importação de cachorros por todos os países com a intenção de procriação para fins alimentícios. Cães da raça São Bernardo são comumente usados para esses fins, já que os filhotes se desenvolvem rapidamente.

Assunto: Abaixo-assinado contra a matança de cães São Bernardo na China, Filipinas, etc. para servir de alimento

POR FAVOR, LEIA AO FINAL A TRADUÇÃO DESTA PETIÇÃO. SE NÃO QUISER ASSINAR, BLZ, MAS PELO MENOS LEIA, POR FAVOR. A TRADUÇÃO ESTÁ EM VERMELHO.

 

GolpeAbaixo-assinado


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