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Quatrocantos.comLendas e folclore da Internet. As pulhas virtuais.

Desvendando lendas, hoaxes e mitos da Internet desde 1999. Lendas urbanas, pulhas virtuais, boatos, desinformação, teorias conspiratórias, mentiras, vírus, cavalos de troia, golpes e muitas outras coisas que vagam pela Internet.

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Identificação de pulhas
Lendas urbanas -1
Pulhas virtuais -1

O que fazer?
Como identificar uma pulha?

Gevilacio Aguiar Coelho de Moura


Correntes

No caso das correntes, não há o que comentar: é lixo imediato. Agora, nas outras situações... (Clique aqui e veja um exemplar típico de corrente.)

O apelo final

Um dos indicadores mais fortes de que uma mensagem é uma pulha virtual é o apelo que vem ao final da mensagem pedindo para repassá-la ao maior número possível de pessoas. Esse pedido de disseminação (forward, encaminhar) é uma das características básicas de uma pulha. Afinal de contas, se ela não for passada adiante ela perde o sentido, perde a razão de ser.


A linguagem e os termos da mensagem

A linguagem usada é uma armadilha principalmente nas mensagens sobre falsos vírus e supostas descobertas científicas. Geralmente usam-se termos e expressões que, para o leigo, dão o esperado embasamento técnico e asseguram a credibilidade à história contada.

No suposto vírus Pokémon, por exemplo, menciona-se a síndrome de Czeegel. Como saber se isso existe de fato? Essa mesma pulha fala de "...uma piscagem randômica puxando o foco sem constituir um novo foco..." As palavras foco e randômica podem seduzir o incauto: piscagem randômica? Foco? Uma verificação mais acurada vai constatar que essa piscagem randômica não existe. Mas, quem vai se dar ao trabalho de pesquisar?

Na mensagem que fala dos perigos do desodorante antiperspirante há expressões como "purgar toxinas" e "gânglios linfáticos". Elas podem impressionar.

Alguns termos e expressões chegam a criar comoção como no caso do monóxido de dihidrogênio, a água.


Verifique se os termos da mensagem estão mais para a razão ou para a emoção. Quer dizer, o texto é informativo ou apela para a persuasão? Documentos técnicos, como se espera que sejam os avisos de vírus, por exemplo, não contêm apelos à emoção.



O apelo à autoridade

As pulhas também costumam fazer um apelo à autoridade. O que é isso? É aquela forma de dar credibilidade a alguma coisa dizendo que pessoas ou entidades de reconhecida competência recomendaram ou afirmaram algo. É o magister dixit dos de linguagem mais empolada...:) O que não quer dizer que o apelo à autoridade seja uma coisa ruim em si, é bom lembrar.

O alerta de que a inocente música, Aserehe (Ragatanga), cantada pelo grupo Rouge era um "mantra de forças satânicas" mencionava o padre Quevedo que daria respaldo às sandices contidas na mensagem. O padre Quevedo, um dos mais respeitados nomes em parapsicologia e paranormalidade no mundo, chegou a falar em "... contratar um advogado e processar [o autor da mensagem] por calúnia e difamação".

No caso do vírus do celular, o autor cita empresas como a Nokia, a Motorola e o site de notícias da CNN. Para muita gente, isso é o bastante para garantir a veracidade da história contada. Mas quem for conferir nos endereços indicados não vai encontrar nada sobre tal assunto. Nesses sites, não existem informações sobre esse suposto vírus.

Dan Sullivan e Terry Birk, pessoas inexistentes, dariam o respaldo às afirmações contidas na lenda do desodorante que dá câncer. Quem são eles? E quem é Katrina Scott, a autora do texto? O apelo à autoridade, nesses casos, remete a ninguém.

A confirmação da notícia pode ser feita visitando os links indicados na mensagem. Veja o que eles dizem. Não há links nem referências confiáveis? Então coloque a mensagem na lista das suspeitas e espere um tempo para confirmar o que ela diz. Mesmo após a confirmação, não há por que sair mandando a mensagem para listas de discussões e desconhecidos.

Uma das versões sobre a lenda da Urina de rato em lata de refrigerante, que circulou pela Internet em outubro de 2000, continha a assinatura de um pesquisador de um laboratório universitário. Por acaso, esse laboratório era da área de biociências e biotecnologia. Parece que isso aí bastou para dar a suposta credibilidade à lenda e o boato se espalhou rapidamente pelo Brasil.

O que ocorreu nesse caso foi o seguinte: o pesquisador recebeu a mensagem e a passou a um amigo. Ao passar a mensagem adiante, ele não se deu conta de que a mensagem levara consigo sua assinatura com a ficha completa dele: nome, telefones, fax, endereço, nomes da instituição e do laboratório. Daí se formou um grande embaraço para o pesquisador que teve de enviar declaração para a entidade representativa dos fabricantes de latas desmentindo a história. Segundo o jornal Folha de São Paulo (19 de novembro de 2000), o pesquisador recebeu mais de 900 telefonemas e uma ameaça velada de processo judicial.

Mas há muitos casos semelhantes de descuido com desdobramentos no mínimo inconvenientes.

Stephanie Baker, assistente de pesquisador da Universidade de Illinois, recebeu mensagem atribuindo horrores aos absorventes íntimos. Ela encaminhou a mensagem para algumas pessoas e acrescentou, logo no início do texto, uma frase para expressar o seu descrédito: "Dá para acreditar nisso?".

Sem que ela se desse conta, o programa gerenciador de mensagens acrescentou a assinatura dela com a indicação de que ela era a assistente do tal pesquisador.

E a confusão se instalou. Mrs. Baker foi tida como autora da mensagem cujo conteúdo seria corroborado pelo pesquisador, e por extensão, pela Universidade de Michigan.

Em carta explicativa, como convém nesses casos, Stephanie Baker diz que:

1. o texto não era de sua autoria e ela desconhecia a sua origem;

2. ela não concordava com o seu conteúdo;

3. ela passara a mensagem para alguns conhecidos e um deles retirou a frase "Dá para acreditar nisso?" e a enviou para outras pessoas;

4. ela não sabia que o programa gerenciador de mensagens punha, automaticamente, alguns dados dela, do pesquisador e da universidade;

5. depois de algum tempo, a mensagem passara a circular com o nome dela associado a Donna Boisseau a quem ela não conhecia.

O pesquisador também teve de dar explicações dizendo que não tinha nada a ver com essa história dos supostos malefícios dos absorventes íntimos.

É uma confusão fácil de se criar e difícil de desfazer.

Em fevereiro/março de 2003, houve um caso envolvendo personagem do programa Big Brother Brasil - BBB-3.

T. viu no sáite Fórum Globo.com um texto dizendo que um dos integrantes do programa BBB-3 estava sendo processado por assassinato em Goiás. Ela copiou o texto e o enviou para alguns amigos. Daí para frente, foi como se a mensagem tivesse vida própria: ela rapidamente se espalhou pelo país.

Ameaça de processos e desmentidos se seguiram. Segundo os advogados do participante do BBB, o rapaz não possuía nenhum processo por assassinato. Ele respondia a 'apenas' dois processos por agressão.

A versão associando, indevidamente, o nome da pessoa ao boato, como se ela fosse o seu verdadeiro/a autor/a vai permanecer, na Internet, por um longo período. Muita gente vê o boato, mas não vê o desmentido.


A origem da mensagem

Se você receber uma mensagem de uma lista de amenidades como listas de piadas, de horóscopo ou de futebol alertando quanto a um vírus, então tenha cuidado: pode ser uma pulha. O que fazer? Faça uma visita a um site de fabricante de antivírus e confirme a existência desse vírus. Se quiser avisar os amigos da existência de um vírus real, indique também a fonte que confirma o tal vírus.

O texto da mensagem não é de autoria do próprio remetente? A autoria dela é desconhecida? Então tenha cuidado: isso é um forte indicador de que tudo não passa de uma mentira.

Veja também se a mensagem veio de um desses serviços de e-mail gratuito. Eles são um refúgio bastante procurado por gente que pretende manter-se no anonimato.

No caso de informações sobre vírus, existem vários serviços especializados na divulgação, através de mensagens, dos novos vírus que surgem a cada dia. As mensagens com essas informações contêm link para o site responsável. Se você receber uma mensagem sobre vírus, vá até o site informado e confirme. Se não houver link para o site responsável, esqueça. Mande a mensagem pro lixo, a menos que você conheça o remetente e saiba que é pessoa confiável. De qualquer modo, essas empresas só enviam seus avisos (virus newsletters) a quem solicitou assinatura deles. Esses serviços também alertam para os falsos vírus.

Verifique, também, se o site indicado encontra-se num dos serviços de hospedagem gratuitas como Yahoo/Geocities, Xoom, Tripod/Lycos e Angelfire. Se a página estiver hospedada num deles, o mais provável é que seja pulha mesmo.

Mas o melhor é consultar a equipe de suporte do seu provedor. Geralmente esse pessoal é muito bem informado sobre vírus. Basta um simples telefonema ou uma mensagem.

A coerência

Analise os termos da mensagem e veja se há coerência. A mensagem que fala do xampu com Lauril Sulfato de Sódio, por exemplo, menciona estatísticas absurdas e de origem não definida. Como é possível que a probabilidade de contrair câncer tenha passado de 1 para 8.000 na década de 80 para 1 para 3 nos dias de hoje? No caso do Aspartame, como é possível que ele seja o agente causador de 92 diferentes males e continue a ser vendido livremente?


Contagem de mensagens encaminhadas

E as pulhas que falam numa contagem de mensagens enviadas adiante? Essas são uma armadilha facilmente evitável. Basta raciocinar um pouco. (Se você já caiu em alguma delas, faço um apelo: não force muito. Ninguém sabe as conseqüências...:}

Na lenda da Nokia, fala-se no envio de 10 e de 25 mensagens. Quem enviar 10 vezes ganha um modelo e quem enviar 25 vezes ganha outro modelo de celular. No caso da Ericsson são 20 as vítimas do spam. Pobre da Microsoft que exige 1.000 mensagens encaminhadas. (Talvez sejam essas exigências absurdas que vêm fazendo com que o valor de suas ações caiam :) E tem aquela do Adilsinho. Pobre Adilsinho! Seriam necessárias mais de onze milhões de mensagens...

No caso de Ana Claúdia, exigiam-se 10 mil mensagens.

Muito bem. Imagine que seja verdade. Fica a pergunta: como é que se vai fazer a contagem do número de mensagens que você, internauta muito esperto(a), passou pra frente? Qual a maneira de comunicar à generosa empresa que você já completou a sua quota de spam? Quem vai enumerá-las? Você mesmo? Então, se você é mesmo bastante esperto(a), nem precisa passar a mensagem para outra pessoa: passe-a pra você mesmo, uai! Depois é só apresentar-se à dona Anna Swelund e pedir o seu telefone celular.

Dona Anna Swelund não existe? No problem: os telefones também não existem. (Alguém por aí já disse por aí que não existe almoço grátis. Por que haveria telefones celulares grátis?)


Palavras e expressões muito freqüentes

Algumas palavras surgem com certa freqüência nas pulhas sobre falsos vírus, principalmente no campo de assunto e nas primeiras linhas da mensagem. São elas:

 

Virus Alert!

Urgente!

Atenção!

Se você receber uma mensagem ...

Não leia a mensagem

Não abra a mensagem...

 

No final, sempre vem o apelo característico:


Por favor, passe esta informação para amigos e família.


...é importante que essa informação SEJA PASSADA para TODOS: vizinhos, parentes, amigos, listas na Internet ao qual você pertence, enfim, qualquer lugar onde ela possa ser vista.


Re-enviem esta mensagem a todas as pessoas que puderem (sic)


Passe essa informação para seus amigos.


Assim que acabar de ler esse aviso, envie esta mensagem para máximo de pessoas que for possível


 
SUGERIMOS QUE CADA PESSOA QUE RECEBA ESTE ARTIGO O DIVULGUE PARA O MAIOR NÚMERO POSSÍVEL DE PESSOAS E ENTIDADES.
 


Letras maiúsculas e sinais de exclamação

A presença de muitas palavras, frases e até parágrafos escritos com letras maiúsculas são bons indicadores de que a mensagem é uma farsa. As letras maiúsculas pretendem dar ênfase a determinadas passagens e são elementos de persuasão do incauto. As boas normas de netiqueta não recomendam o uso de palavras e frases com letras maiúsculas, pois elas são equivalentes a falar tais palavras e frases em voz alta ou aos gritos. Coisa de gente mal educada ;)

Uma de nossas leitoras chama a atenção sobre esse ponto de vista que ela chama de radical: se está escrito com letras maiúsculas, então é suspeito. Ela lembrou que o teclado usado pode estar defeituoso e, por conta disso, só escrever com letras maiúsculas. É...

E acrescenta:

Quando envio uma instrução para alguém enfatizo o NÃO
 

Sem dúvida, essa é uma maneira de destacar uma palavra ou uma frase. Agora, enfatizar todo um texto é inadequado, pois o destaque deixa de existir.

Muitos sinais de exclamação (sinais de admiração! ) ao longo do texto também são bons indicadores de que se está diante de uma pulha.<

Ambiguidades

De todas as lendas aqui analisadas nenhuma delas provocou maiores reações nos visitantes do que a lenda do microondas. Recebi várias mensagens a respeito dessa história e, pelo menos duas delas, bastante grosseiras.

Todas as pessoas afirmavam que já tinham ouvido falar sobre a reação da água aquecida no microondas. Isto é um fato inquestionável. Nenhuma delas, no entanto, afirmou conhecer a pessoa mencionada na mensagem nem haver presenciado o caso, o acidente descrito.

A ambigüidade, então, se apresenta da seguinte forma: uma parte do fato descrito, a possibilidade de a água superaquecer desigualmente e poder ocasionar um acidente é fato comprovado. A outra parte, que envolveu "... meu filho de 26 anos... ", uma pessoa de carne e osso, essa pessoa supostamente acidentada jamais foi localizada. Nem no Brasil nem nos Estados Unidos, origem provável dessa lenda.

É a mesma coisa da lenda das seringas infectadas com AIDS. É verdadeira a possibilidade de uma pessoa ser infectada se nela for injetado sangue ou alguma coisa contaminada. É falso que tenha ocorrido algum caso de pessoa contaminada dessa forma no Metrô de São Paulo, num cinema do Rio ou no carnaval de Olinda. Não há por que dar crédito a essa história e sair mandando spam pelo mundo a fora.

Sobre esse caso da seringa infectada: em maio de 2002, houve casos de agressões contra mulheres em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Até o momento, agosto de 2002, não há comprovação de que as seringas estavam infectadas com o vírus da AIDS.

Então, uma coisa é a existência de mensagem de origem desconhecida fazendo referências imprecisas a fatos não registrados. Outra coisa muito diferente é a possibilidade de, por exemplo, água fervente provocar queimaduras. Ninguém duvida de que água quente possa queimar a pele e produzir ferimentos graves.

Falsos vírus

Ainda bem que eles não existem, porque os falsos vírus são terríveis na visão dos criadores das mensagens que os divulgam. Eles destroem tudo: o computador, o disco rígido, os dados.

Jamais um fabricante de antivírus foi capaz de inventar a ferramenta adequada para eliminar os falsos vírus anunciados. Isso é perfeitamente justificável, pois esses vírus jamais existiram mesmo...

Quando você receber uma mensagem falando horrores sobre um vírus dizendo que:

  • "não abra o arquivo sob nenhuma circunstância" (há quem diga "...sobre nenhuma circunstância" :-)
  • nenhum fabricante de antivírus conseguiu produzir vacina ou programa capaz de neutralizá-lo;
  • a AOL, a IBM, a Symantec, a Microsoft, a CNN, o Jornal da Silibrina ou a Silibrina Software Inc. confirmou a periculosidade do tal vírus;
  • o vírus foi descoberto ontem ou na semana passada;
  • ele destrói o seu disco rígido

então tenha a certeza de que você está diante de um falso vírus. Na verdade, basta uma dessas frases ou algo parecido para você confirmar a mentira: o tal vírus não existe.

Faça, também, as seguintes perguntas ao receber uma mensagem anunciando um vírus:

 

O texto da mensagem é de autoria de quem a enviou para você? Se a mensagem não for de autoria do remetente, então é muito provável que ela conte uma mentira.

A mensagem tem um tom de histeria do tipo "IMPORTANTE!", "URGENTE!" ou "Passe esta mensagem adiante!"? Se uma dessas coisas estiver presente na mensagem, então tenha certeza de que é mais uma conversa fiada.

Existem frases com letras maiúsculas ou o texto é todo redigido com letras maiúsculas? Se existem muitas frases escritas com letras maiúsculas ou se toda a mensagem for redigida com letras maiúsculas, então é muito provável que a informação seja falsa.

A mensagem faz referência a data indeterminada como "ontem", "sábado", "nesta semana" ou na "semana passada"? Se a mensagem contiver uma dessas "datas", então é muito provável que seja mais uma lorota.

Se você não tiver a convicção de que o vírus existe ou não, a melhor maneira de tirar a dúvida é consultar o pessoal do suporte do seu provedor ou visitar os sítios de fabricantes de antivírus.

Mas lembre-se de uma coisa: alguém pode descrever um dos mais de cem mil vírus reais usando linguagem inadequada, com letras maiúsculas, com muitos sinais de exclamações, pedir que se faça spam e, no final das contas, tratar-se de um vírus real.

De qualquer forma, um percentual bastante elevado das mensagens de aviso de vírus, não enviadas por empresas fabricantes de vírus, que circulam pela Internet são avisos de falsos vírus.

Lembre-se, também, que ao passar um aviso de falso vírus você está sendo co-responsável pela disseminação de notícia falsa e você pode ter a sua credibilidade comprometida.

Riscos à saúde e à segurança

São os casos das mensagens sobre o Aspartame, Lauril Sulfato de Sódio (LSS), urina em lata ou em garrafa de refrigerante, água quente no microondas, agulhas infectadas, seqüestros nas proximidades de construções, implosão de tubo de TV e outras coisas do gênero.

Quase todas elas trazem alguma recomendação, uma preocupação com a segurança ou com a saúde das pessoas. Às vezes fica difícil separar o que é falso do que é verdadeiro. Alguns conselhos são úteis. Outros, são grandes disparates. Como separar o falso do verdadeiro? Use o bom senso. Quando envolver questões de saúde, converse com o seu médico.

Vale lembrar que é bom ter cuidado ao passar por perto de construções. Ao passar longe de construções, também tenha cuidado. Seqüestros acontecem nos mais diversos lugares.

E mais:

Aspartame e Lauril Sulfil podem fazer mal à saúde? Sem dúvida, desde que usados em excesso ou sejam usados por pessoas sensíveis aos seus componentes.

Garrafa ou lata suja pode causar mal à saúde? É claro que pode. O recipiente em que as latas e garrafas são postas para resfriar, por exemplo, pode estar contaminado, a água pode ser imprópria para o consumo.

O tubo de imagem do aparelho de TV e este monitor que está aqui na sua frente podem implodir? Teoricamente sim. Se você tiver conhecimento de algum caso desse tipo, por favor, conte pra mim para eu registrá-lo. (Um dia desses, eu estava numa oficina de manutenção de micros e vi um monitor com o vidro quebrado. Fiquei curioso, pois poderia ser um caso comprovado de implosão. Que nada! Fora uma explosão. Uma explosão de ciúmes da esposa do dono do micro. Ela deu uma martelada certeira bem no meio da tela do monitor.)

Agulha, vidro e arame infectados podem contaminar com AIDS e outras doenças? Sim. Ocorreram casos de contaminação no Metrô de São Paulo, num carnaval ou num cinema? Não há registros de tais ocorrências.

 

Lendas de cunho fundamentalista

Vez por outra, surgem história envolvendo citações de livros sagrados, pactos com demônios, supostas confirmações da Bíblia e outras coisa semelhantes. Nestes casos, vale lembrar a frase de Jonathan Swift: "É inútil tentar fazer uma pessoa abandonar pelo raciocínio aquilo que não adquiriu pela razão."

Mesmo assim, tentamos.

 

E pra finalizar...

Lembre-se de uma coisa: as pulhas virtuais foram criadas para pregar uma peça aos novatos e recém-chegados à Internet. Como a Internet vem crescendo a cada dia (bela e acaciana constatação!), todos os dias novos patos potenciais aparecem para serem empulhados (quase que escrevo empalhados). Portanto, fica difícil acabar com esse tipo de coisa de uma vez por todas. Acontece, às vezes, que o pato age de boa fé. Pensa estar prestando um grande serviço aos incautos e irresponsáveis, que segundo a sua (dele, o pato) abalizada opinião de internauta, são os outros.

Qual o tipo de pessoa que passa uma dessas mensagens adiante, um boato, um falso vírus, uma pulha virtual?

 

1. algumas pessoas passam a mensagem adiante porque é muito fácil e rápido fazer isso;

2. outras pessoas levam algum tempo para passar a mensagem adiante porque não manejam com desenvoltura esse instrumento que é o computador, mas ficam felizes da vida quando conseguem dar um "um furo" e avisar o mundo sobre a existência do falso vírus Good Times, por exemplo;

3. há quem se sinta o próprio "bom samaritano virtual", ou a sua versão feminina, a "boa samaritana virtual", ao mandar o pedido de ajuda para a inexistente Rachel Arlington;

4. há os espertos e espertas que pretendem ganhar um telefone celular da Nokia. Há quem prefira o da Ericsson, mas ninguém vai receber coisa nenhuma.

Há espertos, ingênuos, gente de bom coração que pretende ajudar os outros, gente que pretende se passar por bem informada, gente bem informada... É uma lista longa de tipos de pessoas, mas no final das contas é o seguinte: é muito fácil passar uma só mensagem para quatro ou cinco mil pessoas.

Ainda que apenas 1% acredite no que está escrito e passe o boato pra frente, a propagação é enorme.

Outra coisa: muitas dessas histórias já existiam antes da Internet e se propagavam através de correspondência convencional e, mais tarde, via fax. O fax e a correspondência enviada pelos correios dão bem mais trabalho do que usar o Eudora ou o Outlook Express para disseminar uma informação falsa ou verdadeira.

Tem mais: o fax se deteriora com o tempo em conseqüência da sujeira que se acumula ou por conta da perda da cor (em alguns modelos de fax). A correspondência fica esquecida numa pasta de amores esquecidos, por exemplo. Outras se perdem.

Na Internet, nada se perde, tudo se arquiva e, mais cedo ou mais tarde, o boato arquivado renasce com todo o vigor como se fosse coisa nova. E assim se reinicia o ciclo do boato do falso vírus, do pedido de ajuda para quem não precisa de ajuda porque não existe, da pessoa desaparecida que jamais desapareceu.

Descobertas científicas

Quanto às notícias sobre descobertas científicas ou eventos extraordinários, acredite se quiser, mas tenha cautela e verifique a procedência da mensagem. Faça uma análise crítica dela. Muitos jornais e revistas já caíram nessas pulhas.

O Boimate

Na edição de 27 de abril de 1983 a revista Veja publicou matéria sobre grande descoberta realizada por cientistas norte-americanos.

Depois de muitos estudos, dizia a revista, eles conseguiram fazer a composição entre os genes do tomate e do boi.

Obtiveram tomate com sabor semelhante ao filé mignon ao molho de tomate.

Na semana seguinte, a revista publicou o desmentido. Veja mais sobre o boimate em O caso boimate e a página de revista em boimate.

Em novembro de 1999, o Jornal do Commercio do Recife publicou a história do outdoor lunático.

Em março de 2000, esse mesmo jornal publicou, com destaque, a "notícia" do vírus do celular.

Em ambos os casos, se o jornal se desse ao trabalho de confirmar as notícias na própria web, não teria caído nessas pulhas.

Na história do vírus de celular seria bem mais fácil, pois as fontes citadas pelo próprio jornal - CNN, Motorola e Nokia - nada continham a respeito desse tal "vírus de celular".

Em meados de 2000, o jornal O Estado de São Paulo publicou o poema La marioneta, a falsa despedida de García Márquez.

Dias depois, reconheceu o erro e publicou o desmentido.

 

Finalmente: qualquer que seja o conteúdo de uma mensagem, qualquer que seja o apelo, não saia por aí encaminhando para o mundo todo as mensagens que tiver recebido. Esse tipo de comportamento, denominado de spam, é altamente condenável. Ao fazer o spam, você está

  • contribuindo para a disseminação de notícia falsa ou
  • incentivando uma ação ilegal;
  • ocupando os canais de tráfego da Internet com coisa imprestável e
  • poluindo o ciberespaço.

Alguns provedores de serviços da Internet chegam a cancelar a conta de pessoas que adotam essa prática reprovável.

Só um detalhe a mais: o pato é quem dá seguimento à pulha. O filho da pulha :)

Conclusão: ao ler uma mensagem ou qualquer outra coisa - livro, jornal, revista, página da web - faça uma análise crítica do conteúdo dela. Veja se as afirmações são coerentes e se o acontecimento descrito é plausível. Verifique se a história apresenta algum fundamento, preste atenção aos detalhes. Procure outras fontes, confronte opiniões diferentes e tire as suas próprias conclusões. Em caso de dúvida, aguarde um pouco mais.


Não acredite, de imediato, em tudo aquilo que você lê inclusive no que você acabou de ler.


Use o senso crítico.

 


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