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Quatrocantos.comLendas e folclore da Internet. As pulhas virtuais.

Desvendando lendas, hoaxes e mitos da Internet desde 1999. Lendas urbanas, pulhas virtuais, boatos, desinformação, teorias conspiratórias, mentiras, vírus, cavalos de troia, golpes e muitas outras coisas que vagam pela Internet.

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As lendas urbanas, as lendas da Internet e as pulhas virtuais

Gevilacio Aguiar Coelho de Moura

Mais cedo ou mais tarde você vai deparar com algumas dessas historinhas que vagam pela Internet. Vez por outra uma delas "cai" em sua rede, ou melhor, em sua caixa de correio eletrônico.

Tais histórias são o formato ciberespacial das lendas urbanas. São relatos que, às vezes, trazem um viés (!) de verdade, um aspecto que as tornam plausíveis ou verossímeis e que chegam a perturbar um espírito mais crédulo de um bom samaritano virtual.

Como todas as lendas e narrativas do folclore, as lendas urbanas têm algumas características bem curiosas. Ninguém sabe ao certo como nem onde elas surgiram nem quem foram os personagens originais. Elas surgiram a partir de um fato cujos participantes são ignorados, ninguém mais se lembra quem foram.

As lendas urbanas lembram as histórias dos discos voadores. Sempre alguém conhece alguém, que conhece alguém cujo amigo teve um "avistamento"... Mas a tal pessoa do avistamento mora longe, ficou traumatizada e evita falar do assunto, já morreu... uma coisa dessas.

Um aspecto interessante de algumas lendas urbanas é a presença de um quê de humor, de alerta, de terror, de punição ou de algo que cativa uma alma mais caridosa.

Com a Internet, os rumores, boatos, lendas e assemelhados ganharam extraordinária força de reprodução. O que antes era divulgado boca-a-boca e através de cartas ou fax agora ganhou um veículo muito mais eficiente. Uma mentira, uma lenda, uma falsa notícia pode ser enviada ou reenviada a uma enorme quantidade de pessoas com uns poucos comandos ou com o pressionar de duas ou três teclas.

Uma lenda que antes demorava dias ou meses para alcançar dezenas, talvez centenas de pessoas agora pode alcançar milhares de pessoas quase que instantaneamente.

A lenda do filme em que Jesus e os apóstolos seriam apresentados como homossexuais circulou pela Europa através de cartas e fax por muitos anos até que a Internet apareceu para tornar a divulgação da mentira muito mais rápida. Essa lenda chegou ao Brasil e produziu alguns abaixo-assinados.

Welcome to the real world, you're HIV Positive, Vous venez d'être infecté par le VIH, "Bem vindo (sic) ao mundo da AIDS". Mensagens em outros idiomas circulam pela rede alertando para um acidente que jamais ocorreu: uma pessoa ser infectada por seringa contaminada num cinema, num teatro ou num metrô. Versões dessa lenda asseguram que o fato teria ocorrido em São Paulo, Montreal, Bombaim, Denver, Dallas e Escondido. (Escondido é uma cidade da Califórnia - EUA.)

Na era pré-Internet, as lendas, os rumores e os boatos circulavam boca-a-boca ou via correspondências. Disseminando-se de uma forma ou de outra, essas histórias tinham circulação um tanto restrita ou se espalhavam lentamente. Além disso, naquele tempo, como hoje em dia, correspondências se perdiam, ficavam guardadas em pastas esquecidas.

Os contadores de boatos esqueciam algum detalhe e os recontavam à sua maneira acrescentando um ou dois pontos.

A função de esquecimento está presente nos seres humanos, pois afinal de contas, não se pode guardar todas as ocorrências do dia-a-dia na memória. Já a Internet tem a mesma virtude atribuída aos elefantes: uma excelente memória. Eles não esquecem jamais.

Na Internet, nada se perde, tudo se arquiva.

A Internet tem uma memória permanente pelo menos no que diz respeito às mensagens postadas em listas de discussão. As mensagens enviadas ficam arquivadas enquanto a lista existir.

Há listas, criadas ainda na década de oitenta, que se mantêm vivas e com os seus arquivos atualizados.

Além disso, há pessoas que possuem o hábito de manter um arquivo com todas as mensagens recebidas e enviadas. Enchem discos rígidos ou CD-ROM e os guardam da mesma forma como havia pessoas, e certamente ainda há, com mania de guardar todo o papel que lhe passa pela frente.

Somadas as duas coisas, os arquivos das listas de discussão (e suas cópias de segurança) e mais os arquivos pessoais não seria difícil acreditar que tudo o que circulou pela Internet desde o seu nascimento até os dias de hoje ainda poderia ser recuperado. Inclusive todas as versões das lendas, dos boatos, dos rumores.

O que antes era recontado segundo a percepção ou a preferência do contador da história, agora pode ser passado adiante, pode ser encaminhado na sua versão original.

Virtude ou defeito? Nem uma coisa nem outra. É, apenas, uma característica.

O que se vê é a mesma história ressurgir de tempos em tempos. Uma nova leva de recém-chegados à Internet "descobre" uma dessas histórias e logo cuida ressuscitá-la, não como uma nova versão "revista e atualizada" mas com o mesmo e antigo formato.

Quem se lembra daquela história de uma casal que havia prometido perder a virgindade via Internet? Quer dizer, via Internet não, pois ela não é capaz dessa proeza. A proposta (!) deles era se apresentarem ao vivo, em plena ação, diante de uma webcam (aquela camerazinha que se usa para transmitir imagens via Internet).

Eles marcaram dia e hora e a notícia correu o mundo. Foi destaque em jornais, revistas, rádios, televisões e, é claro, na própria Internet. No fim das contas, tudo era uma farsa. O que os protagonistas queriam era aparecer. E apareceram.

Quando tudo foi devidamente esclarecido, veio a confirmação de que a coisa não passava de um golpe publicitário. Comentários maldosos asseguravam que os dois envolvidos nem tinham essa virgindade toda...:)

Como descobriram esse detalhe? Sei lá!


A história das ciências registra várias situações curiosas. Uma delas, a mais interessante, é a do famoso Homem de Piltdown. Tudo não passou de uma farsa.

A montagem dessa farsa foi uma brincadeira de mau gosto ou, usando um termo televisivo, uma "pegadinha". Só que essa pegadinha foi registrada como verdadeira por vários cientistas e chegou a aparecer em livros escolares.

Por mais de 40 anos, de 1912 a 1953, ela foi considerada digna de crédito, especialmente na Inglaterra.

E por que essa brincadeira obteve tanto sucesso na Inglaterra? Elementar, meu caro Watson: segunda essa farsa, a Inglaterra, e não a África, viria a ser o berço do homem moderno.

Contam que Sir Arthur Conan Doyle, o famoso criador do detetive Sherlock Holmes, teria sido o mentor da "pegadinha" que, de início, era pra ser logo desfeita.

Ocorre que conhecido professor teria se entusiasmado demais com os supostos fósseis e os organizadores não quiseram contrariá-lo. (Veja Piltdown Man)

E o que dizer da Lenda do Monstro do Lago Ness chamado carinhosamente de Nessie pelos seus admiradores? Esse monstro inexistente é, ainda hoje, uma das maiores atrações turísticas da Escócia. O turista vai até lá para não ver a famosa atração e volta pra casa satisfeito da vida.

A confirmação definitiva da existência dessa plesiossáuria criatura foi uma foto que correu o mundo e chegou a ser objeto de muitos estudos.

Finalmente, o autor da foto revelou que a criatura monstruosa era, de fato, um inocente brinquedo de criança, uma bóia de plástico. A péssima qualidade da foto contribuiu para reforçar a lenda.

Só pra ter uma idéia da força dessa lenda: foram obtidos os seguintes resultados para o termo "ness monster" (outubro de 2002):

Alltheweb: 139.595

Altavista: 26.070

Google: 36.600

Veja como as coisas mudaram em abril de 2009:

Alltheweb: 3.480.000

Altavista: 3.860.000 (obtidos do Yahoo!)

Google: 1.040.000

Existe, até mesmo, o site do The Official Loch Ness Monster Fan Club com fotos do famoso monstro e relatos de suas mais recentes aparições. O fã clube fornece aos seus associados Indivdual (sic) Membership Certificate With Your Unique Membership Number.

Não há nada de mais nesse clube, pois no Brasil existe algo parecido: a SOSACI - Sociedade dos Observadores de Saci e você também pode pedir a sua carteira de Observador de Saci. Melhor procurar Saci Pererê do que perder tempo com esses ralouins importados. Pode até não encontrar nenhum Saci, mas é muito divertido.


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