| | Lenda
Estrela azul: a tatuagem com LSD. Alerta aos pais: 17º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR - AVISO URGENTE |
A mensagem transmite alerta supostamente divulgado por uma polícia militar não especificada. Segundo um incerto 17º Batalhão de Polícia Militar, tatuagem em forma de selo chamada estrela azul, impregnada com LSD - lysergic acid diethylamide, o ácido lisérgico, estaria sendo vendida nas escolas. A droga contida nos "selos" ou tatuagens seria absorvida pela pele com o simples manuseio do papel. | |
Numa primeira leitura, o texto do alerta sobre a "estrela azul" (blue star) desperta a atenção, pois menciona o perigo de crianças serem induzidas ao consumo de drogas. No entanto, numa leitura mais cuidadosa, pelos menos seis pontos chamam a atenção e logo levantam a suspeita de que se trata de mais uma conversa fiada, de mais uma pulha virtual:
A referência a "polícia militar" não indica o estado da federação ao qual ela pertenceria.
Vários estados brasileiros possuem um 17º batalhão de polícia como o Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Estados com menor extensão territorial, assim como o Distrito Federal, não têm um 17º batalhão. Uma das mensagens dizia que o alerta seria originado do 17º Batalhão de Polícia Militar do Distrito Federal. Não existe esse batalhão.
Não se informa o nome da pessoa responsável pela divulgação do "alerta". Nenhuma polícia militar divulga nota de forma tão imprecisa sem assumir a responsabilidade por ela.
A palavra ESTRIQUININA está grafada de forma incorreta. O certo é estricnina.
O LSD tem preço elevado e é pouco provável que alguém se dê ao trabalho de vendê-lo a estudantes com a finalidade de criar uma clientela cativa, mesmo porque, segundo especialistas, o LSD não provoca dependência.
Ainda que o LSD produzisse dependência, por que alguém iria produzir uma droga, vendê-la a prováveis futuros clientes e adicionar a essa droga uma substância que causaria sensações desagradáveis quando o esperado numa droga é exatamente o contrário: sensações momentâneas de prazer?
Como tudo começou?
Foi nos EUA em 1980. Houve a mistura de alguns fatos verídicos com muita imaginação e o resultado foi mais essa lenda que percorre o mundo há mais de duas décadas.
Em 1980, a polícia do estado de Nova Jersey (EUA) apreendeu 4.000 cartelas de LSD e em algumas delas estava impressa a imagem de Mickey, personagem criado por Walt Dysney. O desenho do Mickey correspondia a uma "marca" ou identificação do produtor da droga. (Veja outras "marcas" de fabricantes de LSD em LSD Blotter Art Gallery.)
O memorando divulgado pela polícia para relatar a apreensão continha o seguinte cabeçalho: 
Em português:
Aviso: crianças são susceptíveis a esse tipo de desenho e podem acreditar que se trata de uma cartela de transfer de tatuagem. |
Segundo The "Blue Star" LSD Tattoo Urban Legend Page, um grupo de seguidores da Igreja Adventista do Sétimo Dia produziu e distribuiu panfletos fazendo referência à apreensão e mencionando as palavras droga, LSD, stamp e Mickey Mouse. Foi a bastante para que as coisas se misturassem e produzissem a lenda que chegou ao Brasil dessa forma.
Verdades:
em 1980, a Divisão de Narcóticos da Polícia do estado de Nova Jersey (USA) apreendeu cartelas contendo LSD;
4.000 dessas cartelas possuíam desenho do personagem Mickey Mouse;
o memorando através do qual polícia de Nova Jersey comunicava a apreensão da droga dizia que cartelas contendo LSD com a imagem do Super Homem também estavam sendo vendidas nesse estado;
as sensações e "viagens" provocadas pelo LSD dificilmente seriam consideradas agradáveis por crianças;
as reações ao LSD começam a surgir de 40 a 90 minutos depois do consumo e não existem "reações muito rápidas". | |
Além de ser divulgado pela Internet, esse falso alarme também é divulgado, nos EUA e na Europa, através de panfletos. Veja seis desses panfletos: 1, 2, 3, 4, 5, 6.
Aqui no Brasil, o texto da mensagem faz referência a uma polícia militar. Em outros países, além de organismos policiais, também são mencionados hospitais e clínicas para tratamento de dependentes de drogas.
Não passe essa mensagem adiante, pois a divulgação dela traz um efeito colateral no mínimo inconveniente. O que se espera a partir desse (falso) alerta é que os pais conversem com os filhos e lhes apresentem os perigos do uso da suposta tatuagem. Ocorre que, mais cedo ou mais tarde, os filhos ficarão sabendo que essas tatuagens "contaminadas" não existem nem jamais existiram e tudo não passa de uma mentira.
Será que vale a pena orientar crianças e adolescentes tomando como pressuposto dessa orientação uma inverdade?
Os leitores comentam.
Mensagem original.
ALERTA AOS PAIS 17º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR AVISO URGENTE
Existe uma forma de TATUAGEM chamada "ESTRELA AZUL" (blue star), que está sendo vendida nas escolas. É um pedaço de papel contendo uma Estrela Azul. Tem tamanho de uma borracha de apagar e cada estrela está impregnada com LSD. A droga é absorvida pela pele com simples manuseio do papel.
Existe também, algumas tatuagens em forma de Selo (Tipo de Correio) as quais possuem as seguintes figuras:
SUPERMAN; MICKEY MOUSE; PALHAÇO; PERSONAGENS DA DISNEY; BART SIMPSON; BORBOLETAS.
Todas estão impregnadas com DROGAS. Se a sua criança possui uma das tatuagens acima descritas, não as utilize, pois sabemos que algumas estão com ESTRIQUININA e as reações são muito rápidas. Sintomas: Alucinações, Vários Vômitos, Risadas Incontroláveis, Mudanças nos Modos e na Temperatura do Corpo. Sinta-se livre para reproduzir este artigo e distribuir na comunidade e local de trabalho. Vamos manter este fato perigoso longe de nossas crianças.
Por favor, copie e envie esta nota ao seu trabalho e aos colegas. Envie também cópias às escolas locais. Repasse!!!, informar é ajudar. |
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